presa no trânsito, penso num amigo que responde
ao trivial "tudo bem?" com um sábio "há momentos"
de repente isso me parece um grande segredo
o cantinho onde a felicidade se esconde
pasma com meu espanto sem nexo
lembro-me de outro amigo, há tempos sumido
que nos diverte devolvendo a todo "e aí, cara?"
um rascante "e aí digo eu, perplexo"
perplexo, o relógio do carro registra
são dezoito e sete
de dezoito do sete
o sol já se foi, mas fez uma bela visita
Que liiiiindo!
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