domingo, 17 de abril de 2011

nem mais, nem menos

a vida anda assim, assim
mais pra boa que pra ruim
mais erasmo que roberto
apesar do que vem por perto
não quero mais briga perdida
esqueço aliança rompida
do anel que era vidro e se quebrou
fica o que tinha e se acabou
a lição, do tempo da minha avó
é se não vale a pena, não tenha dó

sexta-feira, 1 de abril de 2011

cora e o poço

há muitos anos sou fã de cora rónai. inteligente, bem sucedida, e ainda por cima filha de paulo rónai,  invadiu a seara da informática quando só homens se achavam capazes de desvendar tanto mistério.

mas esta semana, a crônica notícias do fundo do poço me provocou tamanha empatia que preciso dividir com vocês (se quiserem ler antes de continuar, cliquem em http://cora.blogspot.com/.  belíssima leitura.)

nunca li um texto tão preciso sobre depressão. não, não adianta mudar de lugar, porque ela não vai ficar na gaveta esperando a gente voltar. sim, os sentimentos ficam mais que exacerbados. e pior - sair da cama requer uma coragem que um deprimido, via de regra, não tem.  e vou completar por minha conta: quem enche o saco de um deprimido porque com exercício físico ele vai melhorar merece 3 anos de solitária. só pra calibrar o desconfiômetro.

há coisas que só quem enfrentou a doença sabe o quanto irritam. o amigo que insiste que você TEM QUE FICAR BEM. ah, claro, já que eu deprimi por motivos fúteis. tava à tôa e decidi experimentar uma emoção nova.  ou talvez nossa amizade só interesse se eu for uma pessoa super alto-astral. deprimida, não sirvo. a amiga bem intencionada e leitora do paulo coelho que te diz carinhosamente que a vida é uma tela, mas o filme quem escolhe é você. ahhhhnnnnnn.  e a amiga querida mas bicho-grilo que quer te levar pruma noite de danças circulares sagradas?

mas aí vem a cora e solta a grande verdade: lutar contra o fundo do poço é praticamente impossível.  e vou ser honesta:  o amigo que te ajuda de verdade nessa hora é o que te aceita deprimido, com fobia social, com pavor a festejos e a conversas de manicure.  porque  - aprendi - o fundo do poço tem mola. mas são aqueles que abriram os braços pra você de maneira incondicional que você vai querer ao seu lado, após a dolorosa subida.

a cebola

completando o post anterior, aqui vão dois links.  um é a ode à cebola, de pablo neruda: 
http://www.cantodelgusto.com.br/curiosidades/ode_cebola.html

e um link pra complicada arte de ver, de rubem alves: 
http://www1.folha.uol.com.br/folha/sinapse/ult1063u947.shtml

esclarecendo que recebi da irmã só os dois primeiros parágrafos do texto do rubem alves.
:)