domingo, 30 de janeiro de 2011

comer com ervilha

domingão com tempinho mais ou menos. bom pra comer uma massa gostosa. vou fazer um 'linguini al limone e piseli'  inspirado na receita do
http://technicolorkitchen.blogspot.com/2011/01/linguine-com-ervilhas-e-limao-siciliano.html
hoje vai acompanhado de um filé bas-tan-te mal passado :)

ps - muitos já sabem, mas nunca é demais lembrar.  comida com amor e ervilha vai ser sempre uma delícia, tá? ;-)

corujando

bernardo, meu sobrinho apronteiro e aprendiz de cozinheiro, agora tem um blog pra dividir receitas e aventuras na cozinha.  visitem, sigam e depois me contem!

http://dicasdobe.blogspot.com  (acho que agora vai. de qualquer modo, o link tá lá no pé da página do blog)

passando tempo

sinto falta do ponteiro de segundos. de repente me dei conta de que meus relógios de pulso e de parede só têm dois ponteiros.  o mais fino, rapidinho e barulhento, foi aparentemente eliminado desse artefato já quase ultrapassado, embora ainda seja o mais elegante.  (só uso relógios de ponteiros.  acho os demais de uma cafonice de pochete.  lembram aquela primeira leva de relógios de mesa numéricos, feitos de rolos de números que caíam num ploft medonho.)

sempre gostei de observar o ponteiro de segundos.  dava-me a impressão de que, se eu prendesse a respiração, ele pararia um segundinho ou dois, o que me concederia poder absoluto sobre o tempo.  talvez seja isso.  nos levaram o ponteiro de segundos quando nos levaram o poder sobre nosso tempo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

escusas

dou-me conta de que prometi pitadas de culinária e pequenas alegrias, além do espanto melancólico que tem dominado este espaço.

prometo me esforçar para arrancar-lhes um sorriso eventual.

pessimismo

já não há generosidade nem tolerância
nem um único trago de companheirismo de espécie
cada vez mais sozinho, menos fraterno, mais desigual
o ser humano prova-se um equívoco de proporções desumanas

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

dez do um do onze

se eu puder calar
silenciar minhas angústias
deixar passar o turbilhão
acalmar as marcas
aquietar o meu pulsar
talvez as dores se afaguem
as luzes se acabem
as coisas se apaguem

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

me lavam a alma

(para léo bijos)

antes da chuva, escurece
depois da insônia, amanhece
em má companhia, enlouquece
em braços macios, adormece

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

decididamente, férias

o tempo firma, não firma
eu penso faço, não faço
a chuva cai, não cai
melhor ver um filme e cuidar dos meus gatos

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

perdas e ganhos

(não se espantem nem me recomentem estabilizadores de humor. ambas as notas - a anterior e esta - buscaram cuidadosamente a exatidão do desejo e da constatação.)

findo o ano, feito o balanço, surpeendeu-me uma triste certeza:  perdi a confiança no ser humano. não num ser específico, nem no humano genérico. perdi, dolorosamente, a confiança nas pessoas. ou em quase todas - devo ser justa e reconhecer que a aspereza que me levou o encanto trouxe-me também belas surpresas. o cômputo geral, porém, não é de fazer sorrir. principalmente a mim, que nasci ignorante das trevas e vivi otimista por tantas décadas.

cara no muro, mas convencida de que da vida o melhor é ela mesma, só me resta recomeçar. devagar como quem aprende um ofício novo, com o cuidado das mãos grossas que experimentam a ourivesaria. aproveitar a troca de agendas e apagar aniversários e demais vestígios. usar o espaço vazio para anotar outros tantos nomes, emails, telefones. treinar a esperança com persistência de aprender a assobiar. suportar as feiúras humanas, fora e dentro de mim. praticar o silêncio e a discreta retirada. não deixar de perder toda oportunidade de expressar meu desagrado. guardar para mim as mazelas que não interessam a mais ninguém. manifestar-me com a parcimônia de quem tuíta contando caracteres.

e torcer pela transmutação. pelo momento em que o desencanto se transforme em cinza que o vento converta em fumaça que seja interpretada como sinal bom:  habemus fiduciam.