domingo, 27 de fevereiro de 2011

dans mon île

não adianta acreditar na capa do batman.

sempre chega a hora em que a gente prega, mas prego mesmo, total e irrestrito. por sorte, o fatídico dia chegou num belo domingo, com direito a tarde chuvosa e tudo o mais. risotinho gostoso devidamente filado na casa da irmã, duas flutes de espumante, que ninguém é de ferro, e cama! eu e meus gatos,  et l'on paresse sans songer à demain.

principalmente porque demain o despertador vai cruelmente me lembrar que, mesmo na minha ilha, só será domingo de novo no domingo que vem.


domingo, 20 de fevereiro de 2011

o soninho de astrid


domingueira

vai terminando o domingo, primeiro dia depois de reinstaurado o horário oficial (odeio horário de verão, mas esse pode ser tema pra outro dia, porque hoje vou curtir cada um dos 60 minutos devolvidos).

tomo a-que-le banho cheiroso, visto uma malha bem podrinha, sento-me com as revistas semanais e mensais,  meus gatinhos exaustos todos na cama comigo, depois da caça a uma lagartixa que felizmente não deu em nada, ligo a tv e o computador, tudo ao mesmo tempo agora. mas tanto apetrecho não impede aquele momentinho mais precioso da semana: o balanço.
1. por tudo o que é mais sagrado, declaro e assino: adoro minha casa. meus gatos, meus cachorros, meus sobrinhos entrando e saindo, minhas orquídeas. e nunca será pouco registrar.
2. cozinhar me faz falta. mesmo que a mami, com aquela generosidade atávica que só ela exerce em tamanho grau, tenha trazido a melhor galinhada que qualquer ser humano saiba fazer.
3. cuidar do jardim me faz falta. ainda que as causas sejam nobres, urgentes e necessárias, se eu não for ali fora um minutinho e meter a mão na terra, não foi domingo pra mim. em algum canto de minhalma, domingo rima com minhoca.
4. meu filhão me faz uma falta danada. mas ele tá com a namorada, curtindo o maior london calling, eu aguento.
5. quando foi que as pessoas desaprenderam a arte de discordar em silêncio, ou ao menos com respeito à opinião do outro? não sei vocês, mas faz tempo que eu não vejo duas pessoas discordarem sobre um fato (às vezes nem tanto, o que é mais curioso)  sem ouvir "babaca"  pelo menos 30 vezes. que diabos???

adoraria continuar. mas astrid, minha malhadinha caçula, aboletou-se atrás da minha cabeça e tá ronronando tão gostoso que eu vou desligar o computador e pegar o livro do agualusa - pra encerrar meu domingo com chave de ouro e não atrapalhar o soninho da minha gatinha.

pelo menos por hoje, acho que entendi todos os fatos que me cercaram. e nem usei todos os 60 minutos. ufa.

SOLDADOS -Clip Daniel Ervilha Lopes 14 anos

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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

falar ou calar

"gente, já está acabando o mês, o tempo voou e eu não fiz nada!" é a frase que mais tenho escutado ultimamente. não, corrijo-me. mais do que essa, o que mais escuto é "sabe fulano? pois descobri que ..." ou "menina, babado forte!", e por aí vai.

eu, pra variar perplexa, tento compreender a dualidade entre a falta de tempo para viver e a sobra de tempo para falar mal dos outros.

não sei vocês, mas ando cansada de me espantar com o ser humano. de testemunhar maldades e pequenezas gratuitas, como se as pessoas tivessem necessidade de se levantar da cama pra se vingar de alguém. de saber que aquela pessoa que te enche de abraços e te apresenta a outros como "minha amiiiiga" se diverte com intriguinhas na sua ausência.  como se te encher dos is da dita amizade compensasse o hábito do comentário venenoso.

o diabo é como reagir a isso. na maioria das vezes me calo, me agrada o silêncio retumbante quando um escândalo é esperado. mas preciso confessar que tem horas que a vontade é de sugerir: vá baixar um livro bem legal no seu ipad e vê se me erra!!!!